sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Café e metalinguagem para começar o dia.

O dia começa com a sensação de que entrei numa caixa e me isolei em pensamentos. Não é de dor que falo, falo de vida. Minha introspecção me dá calma, norte, me inspira em palavras que escrevo mentalmente como uma composição poética que me coloca no exato momento, no instante da vida acontecendo.
Minha dificuldade de foco, sempre me limita em estar onde de fato estou, em pensar em algo unicamente, sou uma espécie de caleidoscópio de sensações e pensamentos. Mas, tenho me sentido como uma estátua diante do caos, uma cena de metrópole , corre-corre, barulho, pessoas andando sem parar, e eu ali no meio serena, parada, em contemplação.
Preciso escrever! Esse é o mote das minhas reflexões, há muita coisa acontecendo há todo um livro em prosa na mente, há também poesias soltas que quase consigo alcança-las com a mão esticada e toca-las com as pontas dos dedos, estão aqui, pertinho, e se aproximam mais a cada instante, e eu paciente espero.
Meu sangue não gelou, ainda está quente e correndo pelas veias, apenas estou entregue ao que é maior do que mim mesma, pois é uma força que não sei explicar de onde vem, mas que surge quando é anunciada por esse recolhimento necessário. É como o corpo pedindo água, a minha sede é o meu silêncio pré-criação.
Já escrevi diversas vezes sobre esse processo, sobre esse descamar da alma, e  essa metalinguagem é quase sempre o início de um período fértil.
Dessa vez, atrelada a reflexão desse sacerdócio à palavra, trago também um desejo enorme que nesse momento está me levando a outro lugar, um novo passo, é o meu desejo de ter coragem, de ter ousadia, abrir meus poros e deixar sair cada letra necessária, cada frase salvadora de mim.
Sinto, e sei que assim será. Cara pra bater eu tenho, mas não tenho medo de apanhar, que seja o começo do meu desnudar e que seja doce.


Nenhum comentário:

Postar um comentário